quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Canção do exílio, Gonçalves Dias

Hmmm, meus amigos bem sabem como eu "viciei" nesse tal poema...
Muito engraçado como a gente muda de opinião! A primeira vez que eu li "Canção do exílio" eu não gostei, achei muito... tosco (por falta de descrição melhor). Mas agora penso como ela é verdadeira: a gente reclama, reclama, reclama todo santo dia do país, mas com certeza eu sentiria falta dele se estivesse fora. Não sou lá muiro patriota não, mas temos que reconhecer as coisas boas assim como reconhecemos as coisas ruins! =D
Claro que tem muita coisa aí que não é lá tãão presente (começando pelas palmeiras, infelizmente) na nossa vida, mas vale lembrar que na época do Gonçalves (1800 e bolinha o.O) o Brasil era bem assim mesmo. Mas basta dar uma "googlezada" por aí que tem muuuitas³ adaptações da "Canção do exílio", por vários autores!

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias