segunda-feira, 8 de março de 2010

Em falso

Não é só porque o inverno está de volta e as noites chegam mais cedo. Qum dera fosse isso, mas medo, hoje em dia, não depende da luz do sol. E dá mais medo ainda andar naquelas ruazinhas estreitas carregando uma mala de viagem, que algumas pessoas insistem em chamar de mochila. Não vejo o porquê, já que eles moram na escola.
É mais um estudante, o pequeno. Talvez nem tão pequeno assim. Quase corre pela rua deserta, olhando em volta com ar de terror. Medo do assaltante, medo da arma, medo de... Quem disse para ele que é perigoso andar nas ruas? Falsa segurança, a das nossas vidas. Se é que segurança existiu algum dia.
Ninguém disse para ele que é perigoso, ele é que se sente sozinho e indefeso naqueles becos. Não fala, não pensa, apenas corre para o ponto de ônibus apinhado de gente cansada. Ao chegar, o alívio. Agora está seguro, tem tantas pessoas á volta. Falsa esperança, a das nossas vidas.
O ponto está como sempre, naquele empurra-empurra. O estudante não fala, não pensa, apenas espera a linha atrasada do ônibus que o levará para casa. Empurra-empurra. Empurra. Que ponto de ônibus mais agitado.
De repente, mochila aberta. Sem carteira, sem documentos, sem celular. E tantas pessoas à volta, esperando o ônibus. Nenhuma fala, nenhuma pensa.

beijos pra vocês

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